Maioria de casos de bullying ocorre na sala de aula.
Com 5.168 alunos de 5ª a 8ª série mostra que 17% são vítimas ou agressores; fenômeno se alastra pela internet
Luciana Alvarez,
O Estado de S.Paulo
O Estado de S.Paulo
15 Abril 2010 | 09h42
]Uma pesquisa nacional sobre bullying - agressões físicas ou verbais recorrentes nas escolas - mostrou que a maior parte do problema (21% dos casos) ocorre nas salas de aula, mesmo com os professores presentes. Dos 5.168 alunos de 5.ª a 8.ª séries de escolas públicas e particulares de todas as regiões do País entrevistados, 10% disseram ser vítimas de bullying e 10%, agressores - 3% são ao mesmo tempo vítimas e agressores.
O estudo, feito pelo Centro de Empreendedorismo Social e Administração em Terceiro Setor (Ceats/FIA) para a ONG Plan Brasil, mostrou o despreparo das escolas e dos professores. "As escolas mostraram uma postura passiva para uma violência que acontece no ambiente escolar", afirmou Gisella Lorenzi, coordenadora da pesquisa.
"Em outros países, o lugar preferencial de agressões é o pátio, onde costuma haver mais alunos e menos supervisão", disse Cléo Fante, pesquisadora da Plan, especialista em bullying. Segundo o estudo, 7,9% das agressões são feitas no pátio, 5,3% nos corredores e 1,8% nos portões da escola.
A socióloga Miriam Abramovay, da Rede de Informação Tecnológica Latino-Americana (Ritla), diz que o resultado demonstra que o estudante não se importa com a supervisão de um adulto, pois há uma banalização da violência nas escolas. "Essas agressões não são vistas como uma violência", diz.
"Em geral, os professores dizem que é brincadeira. Falta um olhar perspicaz para perceber os conflitos."
A pesquisa indicou também que 28% dos estudantes foram vítimas de algum tipo de violência dentro da escola no último ano e mais de 70% deles presenciaram agressões.
Quando se trata de agressões recorrentes, os meninos sofrem mais que as meninas: 12,5% deles se disseram vítimas, mas o número cai para 7,6% entre as garotas. O Sudeste é a região com mais vítimas de bullying - 15,5% - e o Nordeste, com a menor ocorrência (5,4%).
Rendimento. A principal consequência do bullying para a vida escolar é semelhante tanto para agredidos quanto para os agressores. A perda de "concentração" e "entusiasmo" pelo colégio foram as consequências mais citadas pelos dois lados (16,5% das vítimas e 13,3% dos agressores). "A violência na escola impede a plena realização do potencial das crianças", afirmou Moacyr Bittencourt, presidente da Plan Brasil.
Outros dados são que 37% dos entrevistados disseram que "às vezes" sentem medo no ambiente escolar e 13% afirmaram que nunca se sentem acolhidos. E, com a internet, insultos e ameaças via rede passaram a fazer parte da realidade dos alunos (mais informações nesta página).
PARA ENTENDER
1. O que é bullying?
É qualquer tipo de agressão física ou moral entre pares (como colegas), que ocorre repetidas vezes nas escolas. A pesquisa considerou ao menos três vezes ao ano.
2. Qual a motivação para o bullying?
Não há motivos concretos.
Dicas para enfrentar o problema
Medo da escola
Uma criança que demonstre desconforto físico ou tristeza antes de ir para escola ou não queira participar de festas de colegas de colégio pode ser uma vítima. Procure conversar com seu filho e com representantes da escola
Novos comportamentos
Crianças que tenham mudança brusca de comportamento - eram falantes e tornam-se
quietas, por exemplo - também podem estar sofrendo bullying. Pais devem ficar atentos
ainda a comportamentos agressivos
Atenção e conversa
"Vítimas" e "agressores" precisam igualmente de atenção. Muitas vezes o comportamento agressivo tem motivações de insegurança e medo. O melhor caminho é mediar uma conversa franca entre os dois lado.
Disponível em:http://educacao.estadao.com.br/noticias/geral,maioria-de-casos-de-bullying-ocorre-na-sala-de-aula,538620
Disponivél em: https://www.google.com.br/search?q=charge+sobre+bullying&sa=X&espv=2&biw=1366&bih=662&tbm=isch&tbo=u&source=univ&ved=0ahUKEwjCi8T0tdbPAhVFkpAKHfCbB2YQsAQIGw#tbm=isch&q=tirinhas+sobre+bullying&imgrc=WszunwZGxrt1rM%3A
Como fica exposto na tirinha, o bullying é sofrido não apenas pelos colegas de turma, porem sim por vezes, é feito pelos adultos e até mesmo professores que não tratam este tipo de conduta com a devida seriedade.
O papel dos professores, coordenadores é de extrema importância no combate destas" brincadeiras ' tão destrutíveis e sem graças, porem devemos refletir sobre algumas questões: Quando o bullying surgiu? Quais medidas podemos tomar para combate-lo?
Muitas pessoas acham que este é um assunto novo porem, não é ha muitos e muitos anos o mesmo ocorre sem um nome para defini-lo e assim os diretores e professores destas épocas não possuíam medidas pré definidas. Vejamos a seguir um relato através de uma entrevista de uma menina que passou por bullying e sentiu com a falta de atitudes por parte de professores e diretores da sua escola.
Disponivél em: https://www.youtube.com/watch?v=XZhpiY1Rtas
Taynara Marques .
Carla Machado.
Ana Carolina Benedicto.
O bullying é um problema social em que a intolerância ao outro está presente. A prática do bullying visa que a pessoa estigmatizada seja banida do grupo e o estigma é colocado como algo inferior ao grupo. Porém, nem todos os estigmatizados podem sair do grupo e isso faz com que um ato se transforme em atos contínuos de inferiorização daquela pessoa. A prática do bullying somente é possível uma vez em que há algum respaldo social que entende que aquele estigma não é bom para a determinada sociedade. Há uma espécie de “racionalização” dos estigmas e dos preconceitos, que impede que eles sejam facilmente detectados como construções de desrespeito e do ódio. atuação para o combate ao bullying somente tem sentido quando feita tentando apresentar como a conduta é maléfica socialmente.
ResponderExcluirO que falta é a socialização e ela tem de ser realizada. Nesse caso, a escola tem de surgir como uma esfera disciplinadora, podendo impor sanções adequadas ao caso.
Ana Carolina Benedicto.