segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Síndrome de Burnout

Dentre os aspectos que mais acometem a saúde do professor está o estresse oriundo de sua dinâmica laboral. Salas superlotadas, falta de recursos materiais, apoio técnico inadequado, além de pressões advindas das relações com pais, alunos e equipe de trabalho podem, variável e circunstancialmente, intensificar as condições de estresse no exercício da profissão, comprometendo a sua saúde e, consequentemente, a qualidade do ensino.

Mas, o que vem a ser essa tal síndrome de burnout?
A síndrome de burnout se caracteriza pelo estresse crônico vivenciado por profissionais que lidam de forma intensa e constante com as dificuldades e problemas alheios, nas diversas situações de atendimento.
A síndrome se efetiva e se estabelece no estágio mais avançado do estresse, sendo notada primeiramente pelos colegas de trabalho, depois pelas pessoas atendidas pelo profissional e, em seu estágio mais avançado, pela própria pessoa quando então decide buscar ajuda profissional especializada. Inicia-se com o desânimo e a desmotivação com o trabalho e pode culminar em doenças psicossomáticas, levando o profissional a faltas frequentes, afastamento temporário das funções e até à aposentadoria, por invalidez.

E o termo burnout?
O termo é de origem inglesa, composta por duas palavras: Burn que significa “queimar” e Out que quer dizer “fora”, “exterior”. Em tradução literal significa “queimar para fora” ou “consumir-se de dentro para fora”, podendo ser melhor compreendido como “combustão completa” que se inicia com os aspectos psicológicos e culmina em problemas físicos, comprometendo todo o desempenho da pessoa.

Quais os principais sinais e sintomas da burnout?
Os sinais e sintomas nos estágios iniciais da burnout são praticamente os mesmos do estresse e da depressão, mas ainda não está caracterizada a síndrome, pois esta só se efetiva nos estágios mais avançado da doença, apresentando características próprias que a diferencia de outras psicalgias, tais como o estresse e a depressão. A divisão dos sinais e sintomas em quatro estágios facilita o entendimento da evolução da doença.
1º estágio:
A vontade em ir ao trabalho fica comprometida,
Ausência crescente e gradual de ânimo ou prazer em relação às atividades laborais,
Surgem dores genéricas e imprecisas nas costas e na região do pescoço e coluna;
Em geral, o profissional não se sente bem, mas não sabe dizer exatamente o que possa ser.
2º estágio:
As relações com parceiros e colegas de trabalho começa a ficar tensa, perdendo qualidade;
Surgem pensamentos neuróticos de perseguição e boicote por parte do chefe ou colegas de trabalho, fazendo com que a pessoa pense em mudar de setor e até de emprego;
As faltas começam a ficar frequentes e as licenças médicas são recorrentes;
Observa-se o absenteísmo, ou seja, a pessoa recusa ou resiste participar das decisões em equipe;
3º estágio:
As habilidades e capacidades ficam comprometidas;
Os erros operacionais são mais frequentes;
Os lapsos de memória ficam mais frequentes e a atenção fica dispersa ou difusa;
Doenças psicossomáticas como alergia e picos de pressão arterial começam a surgir e a automedicação é observada;
Inicia-se ou eleva-se a ingestão de bebidas alcóolicas como paliativo para amenizar a angústia e o desprazer vivencial;
Despersonalização, ou seja, a pessoa fica indiferente em suas relações de trabalho culminando em cinismo e sarcasmo.
4º estágio:
Observa-se alcoolismo;
Uso recorrente de drogas lícitas e ilícitas;
Enfatizam-se os pensamentos de auto-destruição e suicídio;
A prática laboral fica comprometida e o afastamento do trabalho é inevitável.

Sintomas somáticos (físicos): Exaustão (esgotamento físico temporário), fadiga (capacidade física ou mental decrescente), dores de cabeça, dores generalizadas, transtornos no aparelho digestório, alteração do sono, disfunções sexuais.

Sintomas psicológicos: Quadro depressivo, irritabilidade, ansiedade, inflexibilidade, perda de interesse, descrédito (sistema e pessoas).

Sintomas comportamentais: Evita os alunos, evita fazer contato visual, faz uso de adjetivos depreciativos, dá explicações breves e superficiais aos alunos, transfere responsabilidades, faz contratransferência, ou seja, reage às provocações em papéis distintos do papel de educador, resiste à mudanças.

Consequências mais comuns: Apatia ou cinismo nos diálogos, dificuldade em desempenhar papéis, diminuição dos contatos sociais, desvalorização do lazer, negligência nos cuidados pessoais, auto-medicação (agrava o quadro), resistência em buscar ajuda.

Como se diagnostica a burnout?
O diagnóstico da burnout só pode ser realizado por médico ou psicoterapeuta, levando em consideração as características peculiares das três dimensões da doença, a saber: 
O esgotamento emocional;
A despersonalização;
O envolvimento pessoal no trabalho.

O tratamento da burnout: O tratamento da síndrome é essencialmente psicoterapêutico, ou seja, por mediação temporária de psicólogo ou psicanalista, podendo haver atendimento concomitante com médico caso a pessoa apresente problemas biofisiológicos, a exemplo de dores, alergias, alteração na pressão arterial, problemas cardíacos, insônia, entre outras possíveis intercorrências físicas de qualquer natureza. Quanto a medicação, esta pode variar de analgésicos e complementos minerais até ansiolíticos e anti-depressivos, conforme cada caso. Eventualmente, o médico psiquiatra faz as duas abordagens, ou seja, a prescrição medicamentosa, pois é médico, e a aplicação de alguma técnica psicoterápica, pois é psiquiatra.

A prevenção da burnout: Algumas dicas podem ser muito úteis para evitar ou amenizar o estresse laboral, diminuindo as possibilidades de instalação da burnout. Ei-las:
Programe melhor as atividades do dia, deixando espaço para intervalos importantes: O acúmulo de afazeres diários gera estresse e aumenta as chances de falhas, comprometendo a qualidade dessas atividades, podendo afetar inclusive a auto-estima do profissional;
Diferenciar competência de competição:
Procurar realizar as tarefas com zelo e profissionalismo é bem melhor do que tentar
fazer melhor do que o outro fez. Comparar desempenhos ou estilos de trabalho entre
colegas de trabalho só gera desavenças.  Mantenha o foco nos resultados;
Promover ou buscar qualidade nas relações interpessoais: A presença de um bom amigo ou a interação prazerosa com outras pessoas libera um hormônio chamado ocitocina, também conhecido popularmente como “hormônio da amizade”. A presença desse hormônio no organismo diminui a quantidade de um hormônio nocivo à saúde, o cortisol, também conhecido como o “hormônio do estresse”. Além desse efeito benéfico da ocitocina, a qualidade nas relações interpessoais aumenta a rede de apoio da pessoa, proporcionando mais segurança no ambiente de trabalho.
Ainda vale a máxima: “Corpo são, mente sã”. Portanto, procure fazer algum tipo de atividade física dirigida. Faça yoga, Tai Chi Chuan, academia, caminhada, natação ou qualquer outra atividade física. Sabe-se que a atividade física regular libera hormônios essenciais para a saúde do corpo e da mente, entre eles a dopamina, um neurotransmissor que atua direto no sistema nervoso central, agindo
como analgésico natural e precursor da sensação de bem-estar. Importante lembrar que o alcoolismo e a drogadição diminuem consideravelmente a ação da dopamina no organismo, fazendo com que a quantidade liberada pelo organismo não seja suficiente para que o usuário de álcool ou de drogas sinta os pequenos prazeres da vida, intensificando o vício.
Mudar estilo de vida: Repensar o espaço que o trabalho ocupa em sua vida, rever conceitos, hábitos alimentares e reorganizar o seu tempo e suas atividades, colocando harmonia entre as áreas chaves da vida;

 

https://youtu.be/84vLLoyEvoA



Aprenda a dizer:
“eu não dou conta!”
(pelo menos por agora!).
Os hospitais estão cheios de heróis e
pessoas duronas e você não precisa dar
conta de tudo!


Por: Patrícia Pereira Nascimento Triles - 14112080450

Referência: 
JBEILI, Chafic. Síndrome de Burnout: Identificação, tratamento e prevenção. 2008. 21 páginas. Cartilha informativa de prevenção à Síndrome de burnout em professores

4 comentários:

  1. Alguns profissionais são mais expostos a essa doença como os bancários e professores por lidarem diariamente com pessoas.

    Raquel Morais Bragança - 14112080477

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  2. A Síndrome de Burnout é um mal que atinge cada vez mais profissionais em que o estresse é um fato diário em seu ambiente de trabalho. O professor é um exemplo desse profissional. Muitos pensam que dar aulas é fácil mas não imaginam por quantos problemas os profissionais enfrentam para que tudo ocorra da melhor forma possível e o aprendizado ocorra de verdade.

    Thais dos Santos da Silva - 14112080446

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  3. Essa síndrome que vem se espalhando em vários setores laborais consome as pessoas sem perceberem, motoristas, enfermeiros; geralmente pessoas ligadas ao tratamento com o públicos são as mais atingidas mas pessoas sobrecarregadas de quaisquer setor, inclusive administrativo também estão sujeitas. Acham que é só um estresse e que logo vai passar após umas férias. A verdade é que a Síndrome de Burnout precisa ser tratada a cada dia, gradativa e sistematicamente. É coisa muito séria.

    Miria Gonçalves e Silva 14212080169

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  4. A síndrome de Burnot, infelizmente é um a doença que tem atingido muitos prossifionais da educação. Como pudemos ver é uma doença silenciosa e que precisa ser levada a sério e tratada.

    Jéssica Aguiar da Silva 14112080465

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