Dentre os
aspectos que mais acometem a saúde do professor está o estresse oriundo de sua
dinâmica laboral. Salas superlotadas, falta de recursos materiais, apoio técnico
inadequado, além de pressões advindas das relações com pais, alunos e equipe de
trabalho podem, variável e circunstancialmente, intensificar as condições de
estresse no exercício da profissão, comprometendo a sua saúde e, consequentemente,
a qualidade do ensino.
Mas, o que vem a
ser essa tal síndrome de burnout?
A síndrome de burnout
se caracteriza pelo estresse crônico
vivenciado por profissionais que lidam de forma intensa e constante com as
dificuldades e problemas alheios, nas diversas situações de atendimento.
A síndrome se
efetiva e se estabelece no estágio mais avançado do estresse, sendo notada primeiramente
pelos colegas de trabalho, depois pelas pessoas atendidas pelo profissional e,
em seu estágio mais avançado, pela própria pessoa quando então decide buscar ajuda
profissional especializada. Inicia-se com o desânimo e a desmotivação com o trabalho
e pode culminar em doenças psicossomáticas, levando o profissional a faltas
frequentes, afastamento temporário das funções e até à aposentadoria, por
invalidez.
E o termo burnout?
O termo é de origem
inglesa, composta por duas palavras: Burn que significa “queimar”
e Out que quer dizer “fora”, “exterior”. Em tradução literal
significa “queimar para fora” ou “consumir-se de dentro para fora”, podendo ser
melhor compreendido como “combustão completa” que se inicia com os aspectos psicológicos
e culmina em problemas físicos, comprometendo todo o desempenho da pessoa.
Quais os
principais sinais e sintomas da burnout?
Os sinais e sintomas
nos estágios iniciais da burnout são praticamente os mesmos do estresse
e da depressão, mas ainda não está caracterizada a síndrome, pois esta só se
efetiva nos estágios mais avançado da doença, apresentando características próprias
que a diferencia de outras psicalgias, tais como o estresse e a depressão. A
divisão dos sinais e sintomas em quatro estágios facilita o entendimento da
evolução da doença.
1º estágio:
● A
vontade em ir ao trabalho fica comprometida,
● Ausência
crescente e gradual de ânimo ou prazer em relação às atividades laborais,
● Surgem
dores genéricas e imprecisas nas costas e na região do pescoço e coluna;
● Em
geral, o profissional não se sente bem, mas não sabe dizer exatamente o que
possa ser.
2º estágio:
● As
relações com parceiros e colegas de trabalho começa a ficar tensa, perdendo
qualidade;
● Surgem
pensamentos neuróticos de perseguição e boicote por parte do chefe ou colegas
de trabalho, fazendo com que a pessoa pense em mudar de setor e até de emprego;
● As
faltas começam a ficar frequentes e as licenças médicas são recorrentes;
● Observa-se
o absenteísmo, ou seja, a pessoa recusa ou resiste participar das decisões em
equipe;
3º estágio:
● As
habilidades e capacidades ficam comprometidas;
● Os
erros operacionais são mais frequentes;
● Os
lapsos de memória ficam mais frequentes e a atenção fica dispersa ou difusa;
● Doenças
psicossomáticas como alergia e picos de pressão arterial começam a surgir e a
automedicação é observada;
● Inicia-se
ou eleva-se a ingestão de bebidas alcóolicas como paliativo para amenizar a
angústia e o desprazer vivencial;
● Despersonalização,
ou seja, a pessoa fica indiferente em suas relações de trabalho culminando em
cinismo e sarcasmo.
4º estágio:
●
Observa-se
alcoolismo;
●
Uso
recorrente de drogas lícitas e ilícitas;
●
Enfatizam-se
os pensamentos de auto-destruição e suicídio;
●
A
prática laboral fica comprometida e o afastamento do trabalho é inevitável.
Sintomas
somáticos (físicos): Exaustão (esgotamento físico
temporário), fadiga (capacidade física ou mental decrescente), dores
de cabeça, dores generalizadas, transtornos no
aparelho digestório, alteração do sono, disfunções
sexuais.
Sintomas
psicológicos: Quadro depressivo, irritabilidade,
ansiedade, inflexibilidade, perda de
interesse, descrédito (sistema e pessoas).
Sintomas
comportamentais: Evita os alunos, evita
fazer contato visual, faz uso de adjetivos depreciativos, dá
explicações breves e superficiais aos alunos, transfere responsabilidades, faz
contratransferência, ou seja, reage às provocações em papéis distintos do papel
de educador, resiste à mudanças.
Consequências
mais comuns: Apatia ou cinismo nos diálogos, dificuldade
em desempenhar papéis, diminuição dos contatos sociais, desvalorização
do lazer, negligência nos cuidados pessoais, auto-medicação
(agrava o quadro), resistência em buscar ajuda.
Como se diagnostica
a burnout?
O diagnóstico da
burnout só pode ser realizado por médico ou psicoterapeuta, levando em consideração
as características peculiares das três dimensões da doença, a saber:
●
O
esgotamento emocional;
●
A
despersonalização;
● O
envolvimento pessoal no trabalho.
O tratamento da burnout: O tratamento da
síndrome é essencialmente psicoterapêutico, ou seja, por mediação temporária de
psicólogo ou psicanalista, podendo haver atendimento concomitante com médico
caso a pessoa apresente problemas biofisiológicos, a exemplo de dores, alergias,
alteração na pressão arterial, problemas cardíacos, insônia, entre outras
possíveis intercorrências físicas de qualquer natureza. Quanto a medicação,
esta pode variar de analgésicos e complementos minerais até ansiolíticos e
anti-depressivos, conforme cada caso. Eventualmente, o médico psiquiatra faz as
duas abordagens, ou seja, a prescrição medicamentosa, pois é médico, e a
aplicação de alguma técnica psicoterápica, pois é psiquiatra.
A prevenção da burnout: Algumas dicas
podem ser muito úteis para evitar ou amenizar o estresse laboral, diminuindo as
possibilidades de instalação da burnout. Ei-las:
● Programe
melhor as atividades do dia, deixando espaço para intervalos importantes: O acúmulo de afazeres
diários gera estresse e aumenta as chances de falhas, comprometendo a qualidade
dessas atividades, podendo afetar inclusive a auto-estima do profissional;
● Diferenciar
competência de competição:
Procurar
realizar as tarefas com zelo e profissionalismo é bem melhor do que tentar
fazer melhor do
que o outro fez. Comparar desempenhos ou estilos de trabalho entre
colegas de
trabalho só gera desavenças. Mantenha o
foco nos resultados;
● Promover
ou buscar qualidade nas relações interpessoais: A presença de um
bom amigo ou a interação prazerosa com outras pessoas libera um hormônio
chamado ocitocina, também conhecido popularmente como “hormônio da amizade”. A presença
desse hormônio no organismo diminui a quantidade de um hormônio nocivo à saúde,
o cortisol, também conhecido como o “hormônio do estresse”. Além desse efeito
benéfico da ocitocina, a qualidade nas relações interpessoais aumenta a rede de
apoio da pessoa, proporcionando mais segurança no ambiente de trabalho.
● Ainda
vale a máxima: “Corpo são, mente sã”. Portanto, procure fazer algum tipo de atividade
física dirigida. Faça yoga, Tai Chi Chuan, academia, caminhada, natação ou qualquer
outra atividade física. Sabe-se que a atividade física regular libera hormônios
essenciais para a saúde do corpo e da mente, entre eles a dopamina, um
neurotransmissor que atua direto no sistema nervoso central, agindo
como analgésico
natural e precursor da sensação de bem-estar. Importante lembrar que o alcoolismo
e a drogadição diminuem consideravelmente a ação da dopamina no organismo,
fazendo com que a quantidade liberada pelo organismo não seja suficiente para que
o usuário de álcool ou de drogas sinta os pequenos prazeres da vida,
intensificando o vício.
● Mudar
estilo de vida: Repensar
o espaço que o trabalho ocupa em sua vida, rever conceitos, hábitos alimentares
e reorganizar o seu tempo e suas atividades, colocando harmonia entre as áreas chaves
da vida;
https://youtu.be/84vLLoyEvoA
Aprenda a dizer:
“eu não dou conta!”
(pelo menos por agora!).
Os hospitais estão cheios de heróis e
pessoas duronas e você não precisa dar
conta de tudo!
Por:
Patrícia Pereira Nascimento Triles - 14112080450
Referência:
JBEILI, Chafic. Síndrome de Burnout: Identificação,
tratamento e prevenção. 2008. 21 páginas. Cartilha informativa de prevenção
à Síndrome de burnout em professores
Alguns profissionais são mais expostos a essa doença como os bancários e professores por lidarem diariamente com pessoas.
ResponderExcluirRaquel Morais Bragança - 14112080477
A Síndrome de Burnout é um mal que atinge cada vez mais profissionais em que o estresse é um fato diário em seu ambiente de trabalho. O professor é um exemplo desse profissional. Muitos pensam que dar aulas é fácil mas não imaginam por quantos problemas os profissionais enfrentam para que tudo ocorra da melhor forma possível e o aprendizado ocorra de verdade.
ResponderExcluirThais dos Santos da Silva - 14112080446
Essa síndrome que vem se espalhando em vários setores laborais consome as pessoas sem perceberem, motoristas, enfermeiros; geralmente pessoas ligadas ao tratamento com o públicos são as mais atingidas mas pessoas sobrecarregadas de quaisquer setor, inclusive administrativo também estão sujeitas. Acham que é só um estresse e que logo vai passar após umas férias. A verdade é que a Síndrome de Burnout precisa ser tratada a cada dia, gradativa e sistematicamente. É coisa muito séria.
ResponderExcluirMiria Gonçalves e Silva 14212080169
A síndrome de Burnot, infelizmente é um a doença que tem atingido muitos prossifionais da educação. Como pudemos ver é uma doença silenciosa e que precisa ser levada a sério e tratada.
ResponderExcluirJéssica Aguiar da Silva 14112080465