Assédio Moral nas Escolas

O assédio moral ocorre em várias áreas profissionais, e no ambiente escolar não é diferente. O assédio moral se dá através da violência no local de trabalho através da exposição do trabalhador a situações vexatórias. Esse assédio pode causar doenças dolorosas nos trabalhadores envolvidos. Segundo Arantes, (2008, p.91) alguns trabalhadores estão mais expostos a riscos de doenças em razão do trabalho. Assim ocorre com os bancários, com os professores e empregados no setor da educação. A Síndrome de Burnout é uma doença que pode aparecer no professor devido a esse assédio moral, pois afeta o profissional e se traduz no desejo de abandonar o magistério, considerada por Harrison(1999) como um tipo de estresse de caráter persistente vinculado a situações de trabalho, resultante da constante e repetitiva pressão emocional associada com intenso envolvimento com pessoas por longos períodos de tempo. Portanto, o gestor escolar tem como desafio no seu trabalho diário tentar reverter esse quadro através de ações que venham diminuir essa pressão em cima do professor, através de palestras que conscientize a comunidade, trabalhando o respeito mútuo no ambiente escolar entre os funcionários,alunos e professores. Acredito que se todos trabalharmos juntos alcançaremos um resultado positivo nessa situação complicada que aflige nosso ambiente escolar.

Referências Bibliográficas:WEBBER, D. VERGANI, V. A profissão do professor na sociedade de risco e a urgência por descanso, dinheiro e respeito no meio ambiente laboral. Fortaleza, 2010.

Entrevista com a professora Patrícia Amoretty da rede municipal do Rio de Janeiro.

Veja:

1-    Qual a faixa etária que você atende?

Atendo turmas de pré-escola na faixa etária dos 5 anos.

2-    À quanto tempo você leciona?

Dou aula à9 anos.

3-    Já trabalhou em outro ramo?

Sim, fui atendente de telemarketing.

4-    Por que escolheu essa profissão (professor)?

Porque sempre quis. Quando estudava ficava me imaginando sendo professora, sempre ajudava meus colegas de turma.

5-    Qual a sua formação?

 Pedagogia.

6-    Você se sente realizada no seu trabalho? Por quê?

Com as crianças me sinto bem, mas o sistema é muito complicado, me sinto muito cansada com o quantitativo de crianças em sala, a falta de interesse dos responsáveis e falta de valorização com o professor.

7-    O que mais dificulta o seu trabalho?

A falta de compromisso que os responsáveis têm com a educação de seus filhos. Hoje, a família acredita que a escola é responsável por toda a educação da criança transferindo toda a responsabilidade para o professor.

8-    Você adquiriu alguma doença ocupacional?

Sim, hoje eu tenho hipertensão e insônia.

9-    Como você se imagina a daqui uns 10 anos?

Não pretendo estar em sala de aula, pois minha saúde anda muito debilitada. O estresse diário e o cansaço tem me deixado bastante desanimada. Mesmo amando o que faço, tem momentos que penso em mudar de profissão pois está cada vez mais difícil lidar com a clientela atual.

Parece que a cada ano que passa fica mais difícil lecionar.

Que muitos professores sofrem de estresse não é novidade. Do que pouca gente se dá conta é da gravidade do problema. No caso da Educação, os profissionais precisam lidar o tempo todo e diretamente com crianças e jovens em formação. E na medida em que surgem falhas, como a violência, o desrespeito e a falta de instrumentos de trabalho, o relacionamento com os alunos fica afetado. Contudo,podemos perceber que, assim como a professora Patrícia Amoretty, muitos profissionais são apaixonados pela sua profissão, porém com o passar dos anos essa paixão vai dando lugar ao desespero e a dor, por ver que seu trabalho não é respeitado e valorizado. Muitos professores se encontram na mesma situação que a professora Patrícia. E, apesar de saber que esta situação é mais comum do que se imagina, precisamos entender o problema e encará-lo seriamente dividindo as soluções em tratar a doença do professor, valorizá-lo no ambiente escolar e fora dele e criar políticas que melhorem as condições de trabalho. 

A água de boa qualidade é como a saúde ou a liberdade: só tem valor quando acaba. Guimarães Rosa.

Aluna: Mylena Peixoto de Sá e Raquel Morais Bragança

 Pólo: Itaguaí