E o que é
assédio moral no trabalho?
É a exposição
dos trabalhadores a situações humilhantes e constrangedoras, repetitivas e prolongadas
durante a jornada de trabalho e no exercício de suas funções, sendo mais comuns
em relações hierárquicas autoritárias e sem simetrias, em que predominam
condutas negativas, relações desumanas e aéticas de longa duração, de um
ou mais chefes dirigida a um ou mais subordinado (s), desestabilizando a
relação da vítima com o ambiente de trabalho e a organização, forçando-o a
desistir do emprego.
http://www.blogdogsilva.com/2015/06/em-uma-enquete-que-ainda-esta-andamento.html
Caracteriza-se
pela degradação deliberada das condições de trabalho em que prevalecem
atitudes e condutas negativas dos chefes em relação a seus subordinados,
constituindo uma experiência subjetiva que acarreta prejuízos práticos e
emocionais para o trabalhador e a organização. A vítima escolhida é isolada do
grupo sem explicações, passando a ser hostilizada, ridicularizada,
inferiorizada, culpabilizada e desacreditada diante dos pares. Estes, por medo
do desemprego e a vergonha de serem também humilhados associado ao estímulo
constante à competitividade, rompem os laços afetivos com a vítima e,
frequentemente, reproduzem e reatualizam ações e atos do agressor no ambiente
de trabalho, instaurando o pacto da tolerância e do silêncio no
coletivo, enquanto a vítima vai gradativamente se desestabilizando e
fragilizando, perdendo sua autoestima.
A humilhação
repetitiva e de longa duração interfere na vida do trabalhador e trabalhadora
de modo direto, comprometendo sua identidade, dignidade e relações afetivas e
sociais, ocasionando graves danos à saúde física e mental, que podem evoluir
para a incapacidade laborativa, desemprego ou mesmo a morte,
constituindo um risco invisível, porém concreto, nas relações e
condições de trabalho.
Estratégias do
agressor
*Escolher a vítima e isolar do grupo.
*Impedir de se expressar e
não explicar o porquê.
*Fragilizar,
ridicularizar, inferiorizar, menosprezar em frente aos pares.
*Culpabilizar/responsabilizar publicamente,
podendo os comentários de sua incapacidade invadir, inclusive, o espaço
familiar.
*Desestabilizar
emocional e profissionalmente. A vítima gradativamente vai perdendo
simultaneamente sua autoconfiança e o interesse pelo trabalho.
*Destruir
a vítima (desencadeamento ou agravamento de doenças pré-existentes). A
destruição da vítima engloba vigilância acentuada e constante. A vítima se
isola da família e amigos, passando muitas vezes a usar drogas, principalmente
o álcool.
*Livrar-se da
vítima que são forçados/as a pedir demissão ou são demitidos/as,
frequentemente, por insubordinação.
*Impor
ao coletivo sua autoridade para aumentar a produtividade.
As
manifestações do assédio segundo o sexo:
Com as mulheres: os controles são diversificados e visam
intimidar, submeter, proibir a fala, interditar a fisiologia, controlando tempo
e frequência de permanência nos banheiros. Relaciona atestados médicos e faltas
a suspensão de cestas básicas ou promoções.
http://www.bancariosbahia.org.br/2009/index.php?menu=charge&COD_CHARGE=1
IMPORTANTE - Se você é testemunha de cena (s) de humilhação no
trabalho supere seu medo, seja solidário com seu colega. Você poderá ser
"a próxima vítima" e nesta hora o apoio dos seus colegas também será
precioso. Não esqueça que o medo reforça o poder do agressor!
LEMBRE-SE - O assédio moral no trabalho não é um fato isolado,
como vimos ele se baseia na repetição ao longo do tempo de práticas
constrangedoras, explicitando o estrago de determinar as condições de trabalho
num contexto de desemprego, dessindicalização e aumento da pobreza urbana. A
batalha para recuperar a dignidade, a identidade, o respeito no trabalho e a
autoestima, deve passar pela organização de forma coletiva através dos
representantes dos trabalhadores do seu sindicato e das CIPAS e procura dos
Centros de Referência em Saúde dos Trabalhadores (CRST e CEREST), Comissão de
Direitos Humanos e dos Núcleos de Promoção de Igualdade e Oportunidades e de
Combate à Discriminação, em matéria de Emprego e Profissão, que existem nas
Delegacias Regionais do Trabalho.
O BASTA À
HUMILHAÇÃO depende também da informação, organização e mobilização dos
trabalhadores. Um ambiente de trabalho saudável é uma conquista diária possível
na medida em que haja "vigilância constante" objetivando condições de
trabalho dignas, baseadas no respeito “ao outro como legítimo outro”, no
incentivo a criatividade, na cooperação.
O combate de forma
eficaz ao assédio moral no trabalho, exige a formação de um coletivo
multidisciplinar, envolvendo diferentes atores sociais: sindicatos, advogados,
médicos do trabalho e outros profissionais de saúde, sociólogos, antropólogos e
grupos de reflexão sobre o assédio moral. Estes são passos iniciais para conquistarmos
um ambiente de trabalho saneado de riscos e violências e que seja sinônimo de
cidadania.
Já foi humilhado pelo
chefe? Veja casos de assédio moral e o que fazer
Ricardo Marchesan, do UOL, em São Paulo, 20/07/2015
O assédio moral é a humilhação sofrida por um
funcionário e pode ocorrer de muitas maneiras: bronca, ameaça, espalhar boatos
contra o funcionário ou mesmo tirar objetos de trabalho, como a mesa ou o
telefone, para constranger. Pode ser em público, ou não.
Segundo o MPT-SP (Ministério Público do Trabalho em
São Paulo), as denúncias de assédio moral têm aumentado nos últimos anos. O MPT afirma
que o aumento não significa que há mais casos, mas que as pessoas estão mais
conscientes do problema, e denunciam mais. O órgão também diz que nem todas as
denúncias têm fundamento.
Principais
reclamações de assédio moral, segundo MPT-SP
- Não dar nenhuma tarefa
- Dar instruções erradas, com o objetivo de prejudicar
- Atribuir erros imaginários ao trabalhador
- Fazer brincadeiras de mau gosto ou críticas em público
- Impor horários injustificados
- Transferir o trabalhador de setor para isolá-lo ou colocá-lo de castigo
- Forçar a demissão do empregado
- Tirar seus instrumentos de trabalho, como telefone, computador ou mesa, para gerar constrangimento
- Proibir colegas de falar ou almoçar com o trabalhador
- Fazer circular boatos maldosos e calúnias sobre o trabalhador
- Submeter o trabalhador a humilhações públicas ou particulares
- Perseguições da chefia aos subordinados
- Punições injustas e ilegais
- Não passar informações necessárias para a atividade
Fonte:
Ministério Público do Trabalho de São Paulo
Ivandick Rodrigues, especialista em direito do
trabalho, afirma que, em geral, o assédio moral precisa ser um episódio
repetido várias vezes, não apenas uma bronca que saiu do controle, por exemplo.
Mas isso deve ser analisado caso a caso.
Da mesma maneira, não se pode confundir assédio
moral com práticas da empresa para controle de erros. Ela tem meios legais para
punir, como a advertência ou mesmo a demissão por justa causa. Nesses casos,
são práticas formais da empresa, que o funcionário pode conhecer e se defender,
caso seja punido.
Especialistas consultados pelo UOL apontam
formas de lidar com o assédio moral.
Imponha limites - Para o problema não sair do
controle, o melhor remédio é a prevenção, segundo Renato Santos, sócio da S2,
consultoria especializada em prevenir fraudes e assédio. "Quando se sentir
humilhado ou não gostar do tom, converse com quem cometeu o ato. Pode ser que
ele nem perceba que está fazendo isso", afirma.
O consultor em gestão de pessoas Eduardo Ferraz diz
que é importante não se fragilizar emocionalmente, estabelecendo limites ao
chefe e deixando claro que aquela conduta não é aceitável.
Arrume provas - Apesar de ser difícil, é
necessário reunir provas. Caso uma conversa com o chefe não dê resultados,
Renato Santos aconselha a formalizar o alerta, mandando um e-mail a ele falando
sobre o problema, copiando o RH ou um colega que tenha presenciado a situação.
Também é possível gravar o momento do assédio. É
direito de qualquer pessoa gravar uma conversa que esteja participando, e essa
gravação é aceita como prova legal, segundo o advogado Ivandick Rodrigues. "Até
mesmo mensagens de WhatsApp estão sendo aceitas pela Justiça", afirma o
advogado.
Alerte o RH - Em empresas maiores, é comum
existir um canal para denúncias, como uma ouvidoria ou o próprio RH. Eles podem
ser acionados, caso o assédio moral persista. Esses canais, porém, devem ser
anônimos. Caso contrário, se a denúncia vazar, o assédio pode piorar.
Denuncie - Se a empresa não resolver o
problema, é possível fazer uma denúncia ao sindicato ou ao Ministério Público,
que podem entrar em contato com o empregador para apurar.
Segundo Ivandick Rodrigues,
quando é provado que a empresa foi informada que um de seus funcionárias
pratica o assédio moral, e mesmo assim ela não fez nada, a empresa pode ser
responsabilizada judicialmente.
Caso seja constatado que o problema é geral no
local de trabalho, o Ministério Público pode, até mesmo, entrar com uma ação
civil pública, pedindo danos morais coletivos.
Entre na Justiça - Caso a situação esteja
insuportável e todos os outros canais não tenham surtido efeito, é possível
entrar na Justiça contra a empresa. Ivandick Rodrigues aconselha, porém, a não
pedir demissão antes de entrar na Justiça. Isso porque o funcionário perde uma
série de direitos que tem quando é mandado embora, como a multa de 40% do saldo
do FGTS (Fundo de Garantia de Tempo de Serviço).
Na Justiça, é possível conseguir a rescisão
indireta do trabalho, que garante esses direitos ao funcionário, como se ele
tivesse sido mandado embora. Rodrigues
afirma, porém, que processos podem ser longos e desgastantes. Antes de tomar
essa decisão, é preciso estar consciente das dificuldades.
Por: Patrícia Pereira Nascimento Triles
Referências:
A cultura do assédio moral em nosso país só terá fim quando as pessoas começarem a denunciar os abusos sofridos.
ResponderExcluirLetícia de Souza Cabral - 14112080464
O incrível é que as pessoas que estão em situação de assédio às vezes se acomodam, por uma série de situações, e se acostumam a humilhações e constrangimentos constantes ao invés de denunciarem. É o medo de ser desacreditado, o medo de ficar desempregado, medo de se expor, são muitas as razões que levam alguém a se calar perante a situação de assédio moral. É preciso que os mais próximos apóiem e encorajem, e se for preciso até encaminhem ao psicólogo.
ResponderExcluirO incrível é que as pessoas que estão em situação de assédio às vezes se acomodam, por uma série de situações, e se acostumam a humilhações e constrangimentos constantes ao invés de denunciarem. É o medo de ser desacreditado, o medo de ficar desempregado, medo de se expor, são muitas as razões que levam alguém a se calar perante a situação de assédio moral. É preciso que os mais próximos apóiem e encorajem, e se for preciso até encaminhem ao psicólogo.
ResponderExcluirMuita das vezes essas práticas de assédio ocorrem, sem que os agressores saibam que o abuso de poder frequente e repetitivo é uma forma de violência psicológica.
ResponderExcluirPor: Vânia Aparecida da Camara Morales Vieira
Muita das vezes essas práticas de assédio ocorrem, sem que os agressores saibam que o abuso de poder frequente e repetitivo é uma forma de violência psicológica.
ResponderExcluirPor: Vânia Aparecida da Camara Morales Vieira