segunda-feira, 10 de outubro de 2016

ASSÉDIO MORAL NO TRABALHO


E o que é assédio moral no trabalho?

É a exposição dos trabalhadores a situações humilhantes e constrangedoras, repetitivas e prolongadas durante a jornada de trabalho e no exercício de suas funções, sendo mais comuns em relações hierárquicas autoritárias e sem simetrias, em que predominam condutas negativas, relações desumanas e aéticas de longa duração, de um ou mais chefes dirigida a um ou mais subordinado (s), desestabilizando a relação da vítima com o ambiente de trabalho e a organização, forçando-o a desistir do emprego.
 http://www.blogdogsilva.com/2015/06/em-uma-enquete-que-ainda-esta-andamento.html

Caracteriza-se pela degradação deliberada das condições de trabalho em que prevalecem atitudes e condutas negativas dos chefes em relação a seus subordinados, constituindo uma experiência subjetiva que acarreta prejuízos práticos e emocionais para o trabalhador e a organização. A vítima escolhida é isolada do grupo sem explicações, passando a ser hostilizada, ridicularizada, inferiorizada, culpabilizada e desacreditada diante dos pares. Estes, por medo do desemprego e a vergonha de serem também humilhados associado ao estímulo constante à competitividade, rompem os laços afetivos com a vítima e, frequentemente, reproduzem e reatualizam ações e atos do agressor no ambiente de trabalho, instaurando o pacto da tolerância e do silêncio no coletivo, enquanto a vítima vai gradativamente se desestabilizando e fragilizando, perdendo sua autoestima.

A humilhação repetitiva e de longa duração interfere na vida do trabalhador e trabalhadora de modo direto, comprometendo sua identidade, dignidade e relações afetivas e sociais, ocasionando graves danos à saúde física e mental, que podem evoluir para a incapacidade laborativa, desemprego ou mesmo a morte, constituindo um risco invisível, porém concreto, nas relações e condições de trabalho.

Estratégias do agressor

*Escolher a vítima e isolar do grupo.    
*Impedir de se expressar e não explicar o porquê.          
*Fragilizar, ridicularizar, inferiorizar, menosprezar em frente aos pares.
*Culpabilizar/responsabilizar publicamente, podendo os comentários de sua incapacidade invadir, inclusive, o espaço familiar.       
*Desestabilizar emocional e profissionalmente. A vítima gradativamente vai perdendo simultaneamente sua autoconfiança e o interesse pelo trabalho.  
*Destruir a vítima (desencadeamento ou agravamento de doenças pré-existentes). A destruição da vítima engloba vigilância acentuada e constante. A vítima se isola da família e amigos, passando muitas vezes a usar drogas, principalmente o álcool.  
*Livrar-se da vítima que são forçados/as a pedir demissão ou são demitidos/as, frequentemente, por insubordinação. 
*Impor ao coletivo sua autoridade para aumentar a produtividade. 
As manifestações do assédio segundo o sexo:        
Com as mulheres: os controles são diversificados e visam intimidar, submeter, proibir a fala, interditar a fisiologia, controlando tempo e frequência de permanência nos banheiros. Relaciona atestados médicos e faltas a suspensão de cestas básicas ou promoções.    
Com os homens: atingem a virilidade, preferencialmente.
http://www.bancariosbahia.org.br/2009/index.php?menu=charge&COD_CHARGE=1

IMPORTANTE - Se você é testemunha de cena (s) de humilhação no trabalho supere seu medo, seja solidário com seu colega. Você poderá ser "a próxima vítima" e nesta hora o apoio dos seus colegas também será precioso. Não esqueça que o medo reforça o poder do agressor!

LEMBRE-SE - O assédio moral no trabalho não é um fato isolado, como vimos ele se baseia na repetição ao longo do tempo de práticas constrangedoras, explicitando o estrago de determinar as condições de trabalho num contexto de desemprego, dessindicalização e aumento da pobreza urbana. A batalha para recuperar a dignidade, a identidade, o respeito no trabalho e a autoestima, deve passar pela organização de forma coletiva através dos representantes dos trabalhadores do seu sindicato e das CIPAS e procura dos Centros de Referência em Saúde dos Trabalhadores (CRST e CEREST), Comissão de Direitos Humanos e dos Núcleos de Promoção de Igualdade e Oportunidades e de Combate à Discriminação, em matéria de Emprego e Profissão, que existem nas Delegacias Regionais do Trabalho.

O BASTA À HUMILHAÇÃO depende também da informação, organização e mobilização dos trabalhadores. Um ambiente de trabalho saudável é uma conquista diária possível na medida em que haja "vigilância constante" objetivando condições de trabalho dignas, baseadas no respeito “ao outro como legítimo outro”, no incentivo a criatividade, na cooperação.

O combate de forma eficaz ao assédio moral no trabalho, exige a formação de um coletivo multidisciplinar, envolvendo diferentes atores sociais: sindicatos, advogados, médicos do trabalho e outros profissionais de saúde, sociólogos, antropólogos e grupos de reflexão sobre o assédio moral. Estes são passos iniciais para conquistarmos um ambiente de trabalho saneado de riscos e violências e que seja sinônimo de cidadania.


Já foi humilhado pelo chefe? Veja casos de assédio moral e o que fazer

Ricardo Marchesan, do UOL, em São Paulo, 20/07/2015

O assédio moral é a humilhação sofrida por um funcionário e pode ocorrer de muitas maneiras: bronca, ameaça, espalhar boatos contra o funcionário ou mesmo tirar objetos de trabalho, como a mesa ou o telefone, para constranger. Pode ser em público, ou não.

Segundo o MPT-SP (Ministério Público do Trabalho em São Paulo), as denúncias de assédio moral têm aumentado nos últimos anos. O MPT afirma que o aumento não significa que há mais casos, mas que as pessoas estão mais conscientes do problema, e denunciam mais. O órgão também diz que nem todas as denúncias têm fundamento.

Principais reclamações de assédio moral, segundo MPT-SP

  • Não dar nenhuma tarefa
  • Dar instruções erradas, com o objetivo de prejudicar
  • Atribuir erros imaginários ao trabalhador
  • Fazer brincadeiras de mau gosto ou críticas em público
  • Impor horários injustificados
  • Transferir o trabalhador de setor para isolá-lo ou colocá-lo de castigo
  • Forçar a demissão do empregado
  • Tirar seus instrumentos de trabalho, como telefone, computador ou mesa, para gerar constrangimento
  • Proibir colegas de falar ou almoçar com o trabalhador
  • Fazer circular boatos maldosos e calúnias sobre o trabalhador
  • Submeter o trabalhador a humilhações públicas ou particulares
  • Perseguições da chefia aos subordinados
  • Punições injustas e ilegais
  • Não passar informações necessárias para a atividade
Fonte: Ministério Público do Trabalho de São Paulo 

http://cultura.culturamix.com/curiosidades/assedio-moral-no-trabalho-como-agir

Ivandick Rodrigues, especialista em direito do trabalho, afirma que, em geral, o assédio moral precisa ser um episódio repetido várias vezes, não apenas uma bronca que saiu do controle, por exemplo. Mas isso deve ser analisado caso a caso. 

Da mesma maneira, não se pode confundir assédio moral com práticas da empresa para controle de erros. Ela tem meios legais para punir, como a advertência ou mesmo a demissão por justa causa. Nesses casos, são práticas formais da empresa, que o funcionário pode conhecer e se defender, caso seja punido.

Especialistas consultados pelo UOL apontam formas de lidar com o assédio moral.

Imponha limites - Para o problema não sair do controle, o melhor remédio é a prevenção, segundo Renato Santos, sócio da S2, consultoria especializada em prevenir fraudes e assédio. "Quando se sentir humilhado ou não gostar do tom, converse com quem cometeu o ato. Pode ser que ele nem perceba que está fazendo isso", afirma.

O consultor em gestão de pessoas Eduardo Ferraz diz que é importante não se fragilizar emocionalmente, estabelecendo limites ao chefe e deixando claro que aquela conduta não é aceitável.

Arrume provas - Apesar de ser difícil, é necessário reunir provas. Caso uma conversa com o chefe não dê resultados, Renato Santos aconselha a formalizar o alerta, mandando um e-mail a ele falando sobre o problema, copiando o RH ou um colega que tenha presenciado a situação.

Também é possível gravar o momento do assédio. É direito de qualquer pessoa gravar uma conversa que esteja participando, e essa gravação é aceita como prova legal, segundo o advogado Ivandick Rodrigues. "Até mesmo mensagens de WhatsApp estão sendo aceitas pela Justiça", afirma o advogado.

Alerte o RH - Em empresas maiores, é comum existir um canal para denúncias, como uma ouvidoria ou o próprio RH. Eles podem ser acionados, caso o assédio moral persista. Esses canais, porém, devem ser anônimos. Caso contrário, se a denúncia vazar, o assédio pode piorar.

Denuncie - Se a empresa não resolver o problema, é possível fazer uma denúncia ao sindicato ou ao Ministério Público, que podem entrar em contato com o empregador para apurar.

Segundo Ivandick Rodrigues, quando é provado que a empresa foi informada que um de seus funcionárias pratica o assédio moral, e mesmo assim ela não fez nada, a empresa pode ser responsabilizada judicialmente.

Caso seja constatado que o problema é geral no local de trabalho, o Ministério Público pode, até mesmo, entrar com uma ação civil pública, pedindo danos morais coletivos.

Entre na Justiça - Caso a situação esteja insuportável e todos os outros canais não tenham surtido efeito, é possível entrar na Justiça contra a empresa. Ivandick Rodrigues aconselha, porém, a não pedir demissão antes de entrar na Justiça. Isso porque o funcionário perde uma série de direitos que tem quando é mandado embora, como a multa de 40% do saldo do FGTS (Fundo de Garantia de Tempo de Serviço).

Na Justiça, é possível conseguir a rescisão indireta do trabalho, que garante esses direitos ao funcionário, como se ele tivesse sido mandado embora. Rodrigues afirma, porém, que processos podem ser longos e desgastantes. Antes de tomar essa decisão, é preciso estar consciente das dificuldades.


Por: Patrícia Pereira Nascimento Triles


Referências:

 





5 comentários:

  1. A cultura do assédio moral em nosso país só terá fim quando as pessoas começarem a denunciar os abusos sofridos.

    Letícia de Souza Cabral - 14112080464

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  2. O incrível é que as pessoas que estão em situação de assédio às vezes se acomodam, por uma série de situações, e se acostumam a humilhações e constrangimentos constantes ao invés de denunciarem. É o medo de ser desacreditado, o medo de ficar desempregado, medo de se expor, são muitas as razões que levam alguém a se calar perante a situação de assédio moral. É preciso que os mais próximos apóiem e encorajem, e se for preciso até encaminhem ao psicólogo.

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  3. O incrível é que as pessoas que estão em situação de assédio às vezes se acomodam, por uma série de situações, e se acostumam a humilhações e constrangimentos constantes ao invés de denunciarem. É o medo de ser desacreditado, o medo de ficar desempregado, medo de se expor, são muitas as razões que levam alguém a se calar perante a situação de assédio moral. É preciso que os mais próximos apóiem e encorajem, e se for preciso até encaminhem ao psicólogo.

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  4. Muita das vezes essas práticas de assédio ocorrem, sem que os agressores saibam que o abuso de poder frequente e repetitivo é uma forma de violência psicológica.

    Por: Vânia Aparecida da Camara Morales Vieira

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  5. Muita das vezes essas práticas de assédio ocorrem, sem que os agressores saibam que o abuso de poder frequente e repetitivo é uma forma de violência psicológica.

    Por: Vânia Aparecida da Camara Morales Vieira

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